domingo, 2 de janeiro de 2011

Delta de Vênus - Histórias eróticas



Pós-escrito:

[...] Aqui na erótica eu estava escrevendo para entreter sob a pressão de um cliente que desejava que eu "deixasse a poesia de fora". Creio que meu estilo era derivado da leitura de obras de homens. Por esse motivo, durante muito tempo achei que havia comprometido meu eu feminino. Deixei a erótica de lado. Relendo-os muitos anos depois, vejo que a minha voz não foi completamente sumprimida. Em numerosas passagens usei intuitivamente uma linguagem de mulher, vendo a experiência sexual do ponto de vista da mulher. Finalmente decidi liberar a erótica para publicação, porque mostra os esforços iniciais de mulher em mundo que fora de domínio dos homens.

Se a versão sem cortes do Diário algum dia for publicada, esse ponto de vista feminino será demonstrado mais claramente. Ele mostrará que as mulheres (e eu, no Diário) jamais separaram o sexo do sentimento, do amor pelo homem por inteiro.

Anaïs Nin

Los Angeles, setembro de 1976.

Anaïs Nin (21 de fevereiro de 1903, Neuilly, perto de Paris14 de janeiro de 1977, Los Angeles) batizada Angela Anais Juana Antolina Rosa Edelmira Nin y Culmell, foi uma autora nascida na França, filha do compositor Joaquin Nin, cubano criado na Espanha e Rosa Culmell y Vigaraud,de origens cubana, francesa e dinamarquesa. Anaïs Nin tornou-se famosa pela publicação de diários pessoais, que medem um período de quarenta anos, começando quando tinha doze anos. Foi amante de Henry Miller e só permitiu que seus diários fossem publicados após a morte de seu marido Hugh Guiler.
Seus romances e narrativas, impregnados de conteúdo erótico foram profundamente influenciados pela obra de
James Joyce e a psicanálise. Dentre suas obras destaca-se Delta de Vênus (1977), traduzido para todas as línguas ocidentais, aclamado pela crítica americana e européia.
Foi realizado no cinema em 1990 um filme,
Henry & June, dirigido por Philip Kaufman, que falava do período que Anaïs Nin conheceu Henry Miller. Anaïs Nin foi interpretada pela atriz portuguesa Maria de Medeiros.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

2º Festival Parque Sucupira de Música Popular Brasileira

Já estão abertas as inscrições para o II Festival Parque Sucupira de Música Popular Brasileira. O Evento será realizado na cidade de Planaltina (Distrito Federal), entre setembro de 2010 a janeiro de 2011 e está aberto para grupos musicais, bandas e cantores de todo o Brasil. As inscrições são gratuitas e vão até o dia 29 de outubro de 2010, poderão ser feitas na Rádio Utopia FM e em locais a serem divulgados no blog do festival, onde você pode acessar o regulamento e baixar a ficha de inscrição.

O II Festival Parque Sucupira de Música Popular Brasileira é promovido pela Associação de Difusão Comunitária Utopia (Utopia 98,1 FM), www.utopia.dissonante.org, em parceria com a Universidade de Brasília (UnB-FUP/FAC) e Escolas Públicas de Planaltina, com o patrocínio do Ministério da Cultura.

Mais informações poderão ser obtidas pelo e-mail festivalsucupira@gmail.com, pelo telefone (61) 3388-8994 ou pelo blog http://festivalparquesucupira.blogspot.com/
release da parada.

domingo, 8 de agosto de 2010

Soneto de Separação - Vinícius de Moraes

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez o drama.

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

Antologia Poética)

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

6 anos em Brasília

6 vezes
1º de agosto.

Exilado
no concreto,
Radicalizado
em Brasília.

domingo, 4 de julho de 2010

Homenagem a Saramago

Suspiros lusitanos

Por Ademar Bogo
Da coordenação nacional do MST
.

Se um suspiro, leve e lusitano
Zumbir nas almas das nações imensas
É o comunista que para além das crenças
Silenciosamente da vida física se dispensa.

Vai pessoalmente viver a eternidade
E olhar de perto na tez do criador
Que pelas criaturas foi subjugado
E obrigado a justificar o horror.

Irá verificar que as guerras entre os deuses não existem
Pois são apenas conflitos da existência
Que os homens criam e põe-se a conflitar
Pedindo a Deus que tome providências.

E faça sempre o mais forte vitorioso
Abençoado pelas cruéis vitórias
Para deixar nos livros registrados
Os escritos que reflitam a superior memória.

Tudo o que disse são sobre os seus dilemas
Ficam como dizeres formulados
Se não dava nem acreditava em conselhos
É porque queria vê-los por conta experimentados.

Os próprios passos seriam os conselheiros
E os conselheiros caminhantes e aprendizes;
Se os erros deveriam ser experiênciados
Com os acertos formariam matrizes.

Era a crença de um apaixonado
Que a si mesmo o saber se concedeu
Porque acima de todas as verdades
Acreditava que não existe o absoluto ateu.

Por sobre as oliveiras e as corticeiras
Versos e letras irradiarão verdades
A qualquer tempo virarão consciências
E viverás nos povos em forma de saudades.

Assim abrimos o tempo enlutado
Para purgar a dor do prejuízo humano
Se no passado choramos escravizados
Hoje, nossos suspiros também são lusitanos*.
.

* Os lusitanos (povos Lusis) constituíram um conjunto de povos ibéricos pré-romanos de origem indo-europeia que habitaram a parte Oeste da Península Ibérica Em 29 a.C., tendo à frente o líder Viriato, resistiram a invasão, através de guerrilhas e emboscadas. Mais tarde foi criada a província romana da Lusitânia nos territórios, que atualmente é Portugal. Por esta razão, os povos que falam línguas que tem como tronco a língua indo-europeia, como português e espanhol, principalmente, somos todos descendentes do povo guerreiro, lusitano. Por isso, choramos a morte do irmão e companheiro José Saramago, falecido em 18 de junho de 2010

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Biblioteca da Revolução

Thèses sur Feurbach (1845)
Karl Marx
XI
"Les philosophes n'ont fait qu'interpréter le monde de différentes manières; mais ce qui importe, c'est de le transformer"

domingo, 6 de junho de 2010

POESÍLIA: poesia pau-brasília - Nicolas Behr

subo aos céus
pelas escadas rolantes
da rodoviária de brasília

ocopo de cristo
aqui não é pão,
é pastel de carne,

o sangue de cristo
aqui não é vinho,
é caldo de cana

o padroeiro desta cidade
é dom bosco ou padim ciço?
...

nossa senhora
do cerrado,
protetora
dos pedestres
que atravessam
o eixão
às seis horas da tarde,

fazei com que eu
chegue
são e salvo
na casa da noélia
...

os fazedores
de deserto
se aproximam
e os cerrados
se despedem
da paisagem
brasileira

uma casca grossa
envolve meu
coração
...

os três poderes
são
um só:
o deles
...

VIETNANZINHO CANDANGO ou
A MANCHA QUE NÃO SAI

não se esqueçam
do massacre da GEB

façam um filme,
documentário,
escrevam um livro,
comentem com
os amigos,
mas não se esqueçam

não se esqueçam nunca
do massacre da GEB